Por Pastor Jelson Becker.
Por que achar que o Espírito Santo
só opera de um jeito?
Por que presumir a forma e o modo
que Deus irá operar?
Porque limitar Deus aos nossos
paradigmas culturais, religiosos e denominacionais?
Sabe irmão, quando presenciamos uma
manifestação humana (da carne) ou demoníaca no meio da igreja e amplamente
absorvida pela maioria das pessoas, temos o dever de nos levantar e abrirmos
nossa boca conta tamanha barbaridade. Isso é Profético!
Quando presenciamos uma
manifestação no meio da igreja diferente das operações e dos modos que nossa
cosmo-visão denominacional, histórica e cultural esta acomodada a presenciar,
temos que orar e pedir a Deus o discernimento, pois podemos estar sendo
confrontados pelo próprio Deus em nossas zonas de religiosidade que limitam
ou impedem o sobrenatural se manifestar numa dimensão mais profunda, e o
próprio Deus precisa quebrar nossas barreiras interiores. Isso é Maturidade!
Quando presenciamos algumas
manifestações "alienígenas" a nossa “tradição litúrgica” e precipitadamente nos
levantamos para barrar e impedir que essas inovações sejam introduzidas em
“nossa igreja”, recorremos a articulação política e pressionamos líderes,
manipulando opiniões dos mais novos na fé... permitimos que cresça em nosso
coração uma pseudo sensação de estarmos sendo proféticos, quando na verdade
estamos sendo estúpidos... E logo nos entregamos a crítica e tecemos
comentários negativos sobre essas pessoas e manifestações novas... tratamos
de descontextualizar versículos e criamos chavões religiosos do tipo: “- Deus
não derruba, Ele apenas levanta o abatido...” ou ainda aquele Crente
Samambaia que pensa e age assim: “- Eu não deixo essas pessoas orarem por mim
e quando elas oram eu não caio, fico me concentrando para não cair pois eu
sou um cristão com raízes” esse é o Crente Samambaia, não passa de uma
briofta pois nunca sai do lugar e vive enraizado no seu vaso de preconceitos.
Isso é Farisaísmo!
Lembre-se que os fariseus não eram
semelhantes a alguns pastores que nos dias de hoje pregam aos domingos e vivem outra realidade imoral durante a semana. Os fariseus
jamais cometeriam um pecado moral como esse, pois eles eram zelosos com a lei
e levavam a obediência dos preceitos mosaicos a risca, ao ponto de Jesus
dizer que eles davam o dízimo do coentro e da hortelã.
Porém foi esse mesmo zelo farisaico
que os impediu de reconhecer aquilo que Deus estava manifestando de novo na
sua geração através do ministério profético de Jesus e seus discípulos. Eles
rejeitaram os ensinos de Jesus pois a forma como Deus estava operando através
daquele Nazareno era diferente da forma que eles esperavam. Era diferente de
todos os profetas que o antecederam, diferente da historia e tradição
familiar dos fariseus. Estavam acostumados com um estereótipo de pregador,
semelhante a algumas igrejas que só dão crédito ao que você pregar se não
tiver cavanhaque, usar bigode igual ao do Silas Malafaia e vestir terno e
gravata.
A falta de zelo pela palavra de
Deus os levou ao excesso de zelo pela religiosidade! Fizeram do seu micro
universo religioso, da sua tradição denominacional, dos seus estereótipos
culturais e históricos uma verdade absoluta, o que é um grande pecado pois
nada disso é absoluto. Apenas Jesus é a verdade absoluta. Os óculos através
dos quais viam esse Jesus muitas vezes pode estar embassado e precisa ser
periodicamente limpo. Sabemos que as interpretações teológicas e doutrinarias
a respeito da bíblia são muitas vezes diferentes do que a bíblia verdadeiramente
esta dizendo!
Ao longo desse texto quero auxiliar
você a ler a Bíblia a partir da Bíblia mesmo e nunca mais interpretar a
Bíblia segundo as bulas papais a interpretaram, ou quem sabe segundo a
opinião da sociedade torre de vigília, ou ainda interpretar a Bíblia segundo
o estatuto e cânon das doutrinas denominacionais de alguma “Igreja
Sorveteriana do Brasil”.
É provável que sua mente tenha sido
ligada por um fio de prata ao segundo céu, onde Satanás construiu seu trono e
tenta manipular a opinião das pessoas gerando erros e confusões doutrinárias.
Minha oração é que ao longo dessa leitura toda influência de Belzebu,
Unicórnio e Nosferatos sejam quebrada no poder e autoridade do nome de Jesus,
pois esses são demônios expecialistas em controlar um gigantesco exércitos de
cristãos religiosos e secularizados dentros das mais diversas igrejas.
Segue abaixo parte do artigo do
Pastor João de Souza o qual muito contribuirá para o nosso tema, pois
complementa eficientemente minha opinião a esse respeito e leva alguns
acréscimos meus. Além disso segue partes do Livro "Diário do
Pioneiro" de Gunnar Vingren, fundador das Assembléias de Deus no Brasil
e pai de praticamente todos os movimentos pentecostais do Brasil, publicado
pela CPAD.
O Livro me surpreendeu, pois muitos
crentes e pastores da Assembléia de Deus são contra o cair sob o Poder, rir e
chorar no Espírito Santo e etc, porém desconhecem que a Assembléia de Deus
foi fundada com estes fenômenos do Espírito Santo. Vejam o que encontrei
(palavras do próprio Gunnar):
Página 26: "O Espírito Santo veio de maneira poderosa, como pressão... Caímos no chão...clamávamos com voz elevada...' Página 27: "Um irmão foi arrebatado em espírito' Página 63: "Riam debaixo do poder" Página 67: "Na casa da irmã Celina, começamos todos a rir"; Página 72: " 1915, duas meninas tomadas pelo Poder de Deus riam tanto que tive medo delas não aguentarem"; Página 73 "eu ri tanto debaixo do poder de Senhor, que quase perdi as forças..." Página 75: "Enquanto eu estava orando...um homem foi levantado bem alto do chão..." Página 77: "...o Poder de Deus veio sobre Vingren tão poderosamente que ele teve que se sentar um pouco para rir, e depois continuar a pregação" Página 78: "O poder de Deus veio sobre mim... Eu nem podia me levantar..."; Página 79: "eu tive de rir sob o Poder de Deus e depois chorar muito..." Página 80: "cantamos no Espírito..."; Página 84: " A unção de Deus caiu tão forte que muitos irmãos ficaram tremendo debaixo do poder de Deus'; Página 86: "eu tive que me deitar no chão..."; Página 88: "Saltei e pulei sob o Poder de Deus..."; Página 95: "Tive de deitar um pouco no sofá, pois o Poder de Deus estava muito forte sobre mim" Página 95: "vários irmãos foram lançados no chão pelo Poder de Deus" Página 97 "Havia profecias e interpretação" Página 131 "Uma moça não crente, sentiu o Poder de Deus, caiu de costas no chão clamando perdão a Deus, Jesus a Batizou com o Espírito Santo e ela falou e cantou em línguas". Página 131 "Fazíamos orações em diferentes casas de família". Página 199 "Uma irmã começou a falar em novas línguas enquanto outros louvavam e riam muito debaixo do poder de Deus. Será que os fenômenos de hoje dos pentecostais, é novidade, ou foram os demais pentecostais que se esfriaram? Este assunto precisa ser estudado mais profundamente e a Liberdade para a atuação do Espírito Santo deve ser restabelecida urgentemente!!!
Artigo pastor João de Souza:
Este texto NÃO foi preparado com o
objetivo de defender o cair sob o toque do Espírito Santo, uma experiência
comum em alguns segmentos da igreja pentecostal. O que nos propomos é mostrar
apenas que tais experiências, longe de serem uma doutrina ou uma prática,
também ocorreram em outros avivamentos da história da igreja, e é claro,
apresentarmos o tema sob à luz da Escritura, nossa regra básica de Fé.
Não estamos contestando aqui
aqueles que pregam e escrevem contra; apenas queremos mostrar que muitas
pessoas não conhecem a Escritura nem a história e quando têm conhecimento dos
fatos, pensam no Espírito Santo como Alguém limitado, alguém que só faz e
opera dentro de parâmetros teológicos estruturados. Mas o Espírito Santo
opera como quer e em quem ele quer operar! Aqueles que dizem que somente o
diabo derruba, desconhecem determinados textos bíblicos em que Deus é quem
derruba e levanta!
Não devemos limitar o agir de Deus
a nossa cosmo-visão de cristianismo ocidental, nem duvidar ou blasfemar
quando presenciarmos manifestações diferentes as que estamos acostumados lá
em nosso gueto denominacional. Deus é especialista em romper paradigmas e
envergonhar os religiosos fariseus que historicamente perseguiram os genuínos
profetas por não compreenderem o modo diferente e extravagante de Deus operar
por intermédio deles.
Há vários textos nas Escrituras que
nos surpreendem quanto a ação do Espírito Santo. Não podemos limitá-lo em
suas manifestações e temos indícios das Escrituras de algumas de suas ações.
Usando as regras de interpretação bíblica, observamos que há mais de dois
textos apresentados por diferentes autores a respeito do tema. Se houvesse
apenas uma citação ou uma experiência apenas, não poderíamos estabelecer um
ensino. Seria perigoso, porém não impossível, estabelecermos uma
interpretação bíblica a partir de uma única referência textual... mas como
existem diversos textos bíblicos para fundamentar essas manifestações, ficará
ainda mais fácil. Mas como há mais de uma citação, temos a autoridade da
Palavra de Deus para abordar o tema.
1. A experiência de Saul.
Mesmo depois do Espírito do Senhor
o haver abandonado por causa de sua desobediência e entrado em Davi, (Leia
agora e compare 1 Sm 10.6 com 16.14 ), Saul teve uma experiência muito forte
com o Espírito Santo. Ele mandou uma primeira escolta de soldados prender
Davi na casa de Samuel em Ramá, mas o Espírito de Deus veio sobre os soldados
que não regressaram a Saul; todos ficaram profetizando. Saul mandou, então
uma segunda escolta que também ficou profetizando e ainda uma terceira que
não pôde prender a Davi por causa do poder de Deus ( 1 Sm 19.18-21 ). O
próprio Saul foi prender a Davi e o "mesmo Espírito de Deus veio sobre
ele, e ia profetizando, até chegar a Naiote em Ramá" (vs 23) . Veja bem,
já pelo caminho Saul ia profetizando tomado pelo Espírito de Deus! Quando chegou
a Ramá, diz a Bíblia na versão corrigida: "E ele também despiu os seus
vestidos, e ele também profetizou diante de Samuel, e esteve nu por todo
aquele dia e toda aquela noite..." Veja bem! Ele ficou todo um dia e
toda uma noite caído por terra, profetizando diante de Deus! A impressão que
se tem é que ele ficou fora de si, deitado e prostrado diante de Deus!
2. O tabernáculo no deserto e o
templo de Salomão.
Temos dois exemplos ainda: um
anterior a Saul, na edificação do Tabernáculo e outro na inauguração do
Templo de Salomão. No primeiro, diz a Bíblia que "Moisés não podia
entrar na tenda da congregação" por causa da glória do Senhor! (Ex
40.34,35) indicando que ele tentava entrar, mas era impelido ou jogado para
fora! Conheço pessoas que quando oram alguns ficam colados na parede e outros
são literalmente lançado de um lado ao outro sem que alguém os toque
fisicamente. O segundo exemplo está em 2 Crônicas 5.13,14 na inauguração do
templo: "E não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por
causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus" (Versão
corrigida). Isto é, eles estavam ali dentro ministrando quando veio a glória
de Deus; o que aconteceu depois foi que caíram debaixo da unção do Espírito,
pois o texto diz que "não podiam ficar em pé" o que quer dizer que
todos caíram por terra!
Será que não podemos, também nós,
em nossos dias, experimentarmos um pouquinho desta glória do Senhor? Veja
ainda 2 Crônicas 7.2.
3. Jeremias.
Quando Deus falava com Jeremias ele
se sentia tonto, embriagado pelo poder de Deus. Veja o que ele diz: "Sou
como homem embriagado, e como homem vencido do vinho, por causa do Senhor, e
por causa de suas santas palavras" (Jr 23.9). Inúmeras vezes já oramos
por pessoas pedindo a Deus que as enchesse do poder do Espírito Santo e elas
passaram a ficar tontas, cambaleando com as pernas ao ponto de precisarem ser
carregadas para casa. Em alguns casos de libertação, no momento do exorcismo
o endemoniado também pode exalar cheiro de álcool sem ter tomado essa
substancia. É uma manifestação meta-fisica que muitas vezes ocorre no momento
da libertação. A principal diferença esta na falta de paz e alegria
espiritual pela pessoa oprimida. O Espírito Santo geralmente ministra risos e
gozo, alegria espiritual a pessoa que esta transbordando no poder de Deus,
enquanto que as risadas de pessoas endemoninhadas são seguidas por palavrões
e sarcasmo debochado a obra do calvário.
4. Ezequiel em transe ou
arrebatamento apenas dos sentidos:
Ezequiel teve uma experiência ainda
mais forte. Ele estava reunido com os anciãos no cativeiro, na Babilônia. Era
uma reunião daqueles que foram levados cativos, quando, de repente, o
Espírito do Senhor o leva para Jerusalém em visões. Seu corpo fica ali,
prostrado diante dos anciãos e ele passa a relatar, posteriormente tudo o que
viu. Leia Ezequiel 8.1-3 com 11,24, o começo e o fim da visão. Como ficou o
corpo de Ezequiel? Prostrado diante de várias pessoas enquanto era levado em
espírito a Jerusalém nas visões de Deus!
5. Daniel ao contemplar o Senhor,
desfaleceu, perdeu as forças e seus companheiros fugiram de medo. Tiveram
medo pois não discerniram o que Deus estava fazendo de novo naquela geração.
Leia o que ele mesmo diz ( Dn 10.7-11 ). Ele caiu não pela fraqueza de estar
em jejum há três semanas, mas pela presença de Deus, porque depois,
sentindo-se fortalecido, ficou em pé!
6. Jesus.
Bastou o Senhor Jesus dizer aos
soldados, "Sou eu" e eles caíram por terra! (Jo 18.6). Será que foi
uma coincidência e todos escorregaram simultaneamente? Ou uma virtude vindo
do alto para derrubá-los por terra?
7. Os discípulos e a voz de Deus.
Quando Jesus foi transfigurado
diante dos discípulos aconteceu este fenômeno. Eles ouviram a voz de Deus e
caíram por terra . Veja em Mateus 17.5-7 .
8. E como foi no dia de
Pentecostes?
Não podemos negar que as pessoas
que os viam falando em línguas achavam que eles estavam embriagados!
"Estão embriagados", diziam. Logo fica evidente a extravagância
divina nessa ocasião. Os moradores de Jerusalém, quando olhavam aqueles cento
e vinte acharam que era fruto de uma bebedeira! Como procedem os bêbados? Falam
alto, gritam, dão risadas, rolam pelo chão... e que respondeu-lhes Pedro?
"Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando..." (At
2.13-15). A presença do Espírito Santo na vida dos 120 dava a impressão, para
os de fora, de algo ridículo, como se fosse um bando de beberrões!
9. Paulo.
A experiência de Paulo (que não
deve ser tomada como algo corriqueiro), foi muito grande. Ele nem sabe como
chegou aos céus, como ele próprio diz: "se no corpo ou fora do corpo,
não sei, Deus o sabe" (2 Co 12.1-4). Será que muitos dos discípulos não
teriam experimentado algumas das fortes manifestações do Espírito Santo que
nem mesmo foram registradas nas Escrituras por acharem que era algo normal na
vida deles? O próprio Paulo só foi contar a experiência doze anos depois! Além
do mais será que foi o diabo que o derrubou do cavalo no caminho para Damasco
a fim de que se converte-se ou foi o próprio Deus? Então não seria uma
heresia repetir aquele chavão da teologia da incredulidade??? Que mente
dizendo: “- Deus não derruba ninguém, apenas levanta”!!!???
10. Paulo também cita o que
aconteceu com Moisés.
Ele diz que sob a lei a glória de
Deus foi tão forte que Moisés tinha que colocar um véu sobre o rosto cada vez
que saia da tenda para falar ao povo. E como não será na época da graça?
"Se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será
glorioso o ministério da justiça" (2 Co 3.7-13). O que Paulo quer dizer?
Ele explica que, se Moisés, que pregava a lei, tinha tanta glória, quanto
maior glória terá os que pregam a justiça? Ou seja, nós nos dias de hoje.
11. Paulo foi derrubado por terra
pelo Senhor Jesus: "E caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia:
Saulo, Saulo, por que me persegues?" ( At 9.4 ).
12. E que dizer de João, na
experiência que teve em Patmos? "Quando o vi, caí a seus pés como
morto" (Ap 1.10-17). Ele ficou sem forças diante de Deus!
13. Estas são experiências
relatadas nas Escrituras.
Mas imagine algumas outras
manifestações semelhantes ao cair, como êxtases, visões e percepções à distância
que tiveram os profetas: Eliseu (1 Rs 5.19-27; 6.8-20) ; Pedro, (At 10.1-22)
.
À luz de todos estes textos,
podemos afirmar que é possível haver manifestações do Espírito em nossas
vidas das maneiras mais diversas.
A história da igreja registra muitas
manifestações na vida de pessoas que se consagraram a Deus.
A protestante Evelyn Underhill em
vários de seus livros conta suas experiências de contemplação e o que ocorria
com a presença do Espírito Santo (livros: Mysticism; The Mistery of
Sacrifice; Practical Mysticism for Normal People e outros).
João da Cruz, monge católico no seu
livro, Obras Espirituais, Carmelo, ensina o caminho e as experiências da vida
cristã com experiências semelhantes de êxtases e arrebatamentos. Numa das
obras da Biblioteca de Autores Cristãos, em espanhol, o Padre I.G. Arintero
trata de toda a mística da igreja onde há relatos surpreendentes do que
aconteceu com alguns missionários da Igreja; alguns eram trasladados
fisicamente para outras terras onde pregavam o evangelho e regressavam!
14. Algumas experiências, diz ele,
aconteciam com o padre Gracián:
"- São efeitos do divino amor,
os resultados de uma alma enamorada de Deus que se chama júbilo, gozo, paz,
embriaguez, desmaio, morte e fogo de amor, zelo, devoção, êxtases e raptos,
amalgamento em Deus, e a divina união". Dionísio diz que o amor divino
produz êxtases e o amante já não é seu, mas do amado! Um escritor anônimo
mencionado por Sauvé diz: "As pessoas não têm consciência do que dizem
ou fazem: dizem coisas sublimes e coisas que não podemos compreender...
outras vezes o amor opera de modo mui distinto, deixando-as dormindo. Perdem
o conhecimento como no sono e necessitam que sejam despertadas; e não é fácil
despertá-las. A razão é que Deus as embriagou até deixá-las
adormecidas...."
15. Nunca devemos tomar uma
experiência e utilizá-la como base doutrinária.
Entretanto, podemos usar o
argumento histórico quando este abaliza o texto bíblico. Por isso podemos
acrescentar algumas das experiências de homens de Deus do passado.
Carl Brumback no livro "Que
Quer Isto Dizer? (O S. Boyer, 1960), diz: "Como os críticos gostam de
descrever os acontecimentos nos cultos pentecostais! Como se regozijam de se
referir à maneira de eles tremerem, clamarem, dançarem, caírem e, então,
dirigindo-se ao interessado perguntar seriamente: "isso tem alguma coisa
em comum com o relato calmo e solene das Escrituras". O interessado, se
for um verdadeiro estudante das Escrituras, pode retrucar: "A qual
relato calmo e solene das Escrituras se refere? Ao relato do Pentecostes,
quando as manifestações extraordinárias e barulhentas levaram os zombadores a
dizerem : "Estão embriagados?" Ou refere-se a história da cura do
coxo, que deu "um salto, pôs-se em pé e, começou a andar; e entrou no
templo, andando, saltando e louvando a Deus?" Ao relato em Atos 4, onde
os discípulos " levantaram unanimemente a voz?" A Saulo que caiu
sob o poder de Deus? Ao regozijo e louvor a Deus em alta voz da multidão na
entrada triunfal, o qual o Senhor Jesus apoiou, dizendo: "Declaro-vos
que, se estes se calarem, as pedras clamarão"?
Depois ele continua: "João
Wesley exprimiu uma atitude sábia e com juízo, quanto às demonstrações do
corpo, no seu jornal de domingo de 25 de novembro de 1759: ‘O perigo foi o de
dar demasiada ênfase a acontecimentos extraordinários, tais como clamores,
convulsões, visões, êxtases, como se fossem indispensáveis à obra interior
até o ponto da obra não avançar sem esses acontecimentos. O perigo (diz
Wesley) é o de não lhes dar ênfase suficiente; de condená-los inteiramente;
de imaginar que não tivessem alguma coisa de Deus, e que impedissem a sua
obra”.
Na realidade, João Wesley, fundador
do Metodismo, está mostrando que em seus dias havia este tipo de manifestação
do Espírito Santo!
De todos os líderes do passado,
João Wesley foi o que mais embasamento bíblico e histórico tinha a respeito
do Espírito Santo e por isso o que ele acrescenta é muito importante: "A
verdade, contudo, é:
(1) Deus convenceu a muitos
repentina e profundamente que eram pecadores perdidos e o resultado natural
foram clamores e fortes convulsões do corpo;
(2) os que creram foram
fortalecidos e encorajados, e a obra de Deus ficava mais evidente. Ele
concedeu a muitos deles sonhos divinos, a outros êxtases e visões;
(3) Muitas vezes, depois de um
intervalo a natureza se misturava com a graça;
(4) Satanás, igualmente, imitava
essa obra de Deus, para desacreditar toda a obra.... no início foi, sem
dúvida, inteiramente de Deus. A sombra não desacredita a substância, nem o
diamante falso deprecia o verdadeiro". E isto em 1759!
0 livro "O Fogo do
Reavivamento" de Wesley Duewel (Editora Candeia, pg. 53) afirma que
enquanto João Wesley pregava, "inúmeras pessoas caíram ao chão como se
atingidas por um raio". George Whitefield , companheiro de Wesley diz
que quando pregou em Edimburgo em junho de 1742 "... durante uma hora e meia
houve tanto choro, tanta aflição, manifestada de várias formas, que fica
impossível descrever. O povo parecia estar sendo atingido às centenas. As
pessoas eram carregadas e levadas até suas casas como soldados feridos num
campo de batalha. Sua agonia e gritos eram profundamente comoventes"
(ibid pg. 58).
Ele acrescenta o que aconteceu no
dia 3 de outubro numa reunião que começou as 8.30 da manhã e terminou as 8.30
da noite: "Vi 10.000 pessoas afetadas num instante, algumas com alegria,
outras com choro... algumas desmaiando nos braços de amigos" (pg. 59). O
que é isso? Nada mais que uma Mobilização Profética de 12 horas de oração e
adoração.
Um outro avivamento aconteceu nos
dias de Finney . Onde ele pregava as pessoas caíam sob o poder de Deus. Diz o
texto que, enquanto Finney pregava "a congregação começou a cair de seus
assentos, e caíam em todas as direções, pedindo misericórdia" (ibid pg.
87). "Algumas pessoas desmaiavam sob a convicção nos cultos da igreja e
outras mais tarde em suas casas" (pg. 90). As biografias de Finney falam
deste mover de Deus que derrubava as pessoas no chão!
Jônatham Edwards relata o
acontecido quando pregou o sermão Pecadores nas Mãos de um Deus Irado:
"Parecia que um espírito aterrador havia descido sobre as pessoas. A congregação
começou a cair de seus assentos em todas as direções, clamando por
misericórdia." E ele relata: "No grande avivamento americano de
1858, os navios, ao se aproximarem dos portos americanos, pareciam entrar
numa zona de influência do Espírito. Navio após navio chegava com o relato de
uma repentina convicção e conversão" (Citado na revista Atos, Vol. 12
No. 3 pg. 17).
No avivamento de Cane Ridge em 1801
nos Estados Unidos um pastor presbiteriano relata: "O que vi foi para
mim novo e realmente extraordinário...Muitas e muitas e muitas pessoas caíram
ao chão, como homens mortos na batalha, e continuaram neste estado durante
horas a fio, num estado aparentemente sem respiração e inerte – às vezes
reavivando-se por alguns momentos e exibindo sintomas de vida através de um
profundo gemido, ou de um grito penetrante e agudo..." (Idem pg. 31)
Portanto, não podemos ser sectários
achando que Deus só opera de um jeito. O Espírito Santo tem muitas maneiras
de se manifestar, algumas delas menciono no livro "Dons Espirituais, o
Poder de Deus em Você". Leia a Bíblia e examine cuidadosamente a
história da igreja e você descobrirá muitas maneiras do Espírito Santo operar
em nós!
Se, como afirmam alguns o cair não
faz parte da obra do Espírito Santo, então temos que concordar que:
1. As experiências acima relatadas
que aconteceram no Antigo Testamento, foram obras de um outro espírito. Mas
não é o que diz a Bíblia. Saul, os sacerdotes, Jeremias, Ezequiel e Daniel
foram tocados pelo Espírito de Deus!
2. Então, Deus estaria nos
enganando. Mas isto não é verdade, pois a Palavra serve como fundamento do
que acontece. O Espírito Santo é aquele que nos conduz à verdade. Ele não nos
deixaria cair na mentira.
3. Se assim fosse os obreiros e os
crentes que tiveram tal experiência estariam sob a influência de um outro
espírito. Não creio, entretanto, que estejamos sendo enganados, pois tais
experiências ajudaram a aumentar a percepção de Deus; a comunhão com ele e o
crescimento na Fé, no amor e no ardor evangelístico. Cresceu a comunhão com
Deus e solidificou o relacionamento entre os membros do corpo. Nenhum
"espírito" teria interesse no crescimento espiritual dos fieis nem
no reino de Deus!
4. Teríamos que negar nosso
ministério, nosso chamamento e colocar em dúvida a conversão de tanta gente.
Tais experiências têm servido para demonstrar o poder de Deus; a operação do
Senhor nas vidas. Quem é especialista em questionar a conversão dos outros
insinuando que tal experiência não é genuína é o Diabo, nosso acusador.
Quando um profeta ou ancião da igreja se levanta no meio da congregação com
esse mesmo comportamento, fica evidente a necessidade de libertação e
rompimento com o feitiço de Jezabel.
É certo que há pessoas que caem sob
forte convicção do Espírito Santo mas não permanecem. Este é um problema do
homem e não de Deus. O fato de uma pessoa não ficar transformada quando cai,
é problema da pessoa e não de Deus. É a mesma experiência que algumas pessoas
têm quando, decidem-se por Cristo, choram, confessam seus pecados e continuam
iguais! Além do mais II CO 3.18 nos fala em sermos “transformados de gloria
em gloria” , logo compreendo que é um processo de transformação marcado por
inúmeras manifestações da unção do Espírito Santo.
Temos que admitir, contudo, que
muitos obreiros forçam, empurram as pessoas para que caiam e isto é
criancice, infantilidade.
Obreiros há que "forçam"
este tipo de manifestação. Apesar da ignorância de alguns, precisamos afirmar
que a manifestação do poder de Deus não precisa de nossa força humana da
mesma forma que não precisamos nos agarrar a objetos, coisas ou práticas
achando que desta ou daquela forma consegue-se algum favor de Deus.
No caso de pessoas serem tocadas
por Deus, quando o Espírito age, mesmo à distância as pessoas começam a cair,
sem qualquer influência do homem.
Outras vezes basta chegar perto da
pessoa, dar um leve toque, soprar, aspergir água ou simplesmente caminhar
projetando a sombra e a pessoa está no chão!
|
Por Pastor Jelson Becker, líder do Ministério Avivamento Extravagante em Recife-PE, boa parte desse artigo foi contribuição do Pastor João de Souza.
Comentários
Postar um comentário